"Dinheiro, assim eles dizem.
É a raiz de todo o mal hoje em dia."
Pink Floyd - Money
A mídia e suas influências
O jovem de hoje é aquilo que o capitalismo sempre sonhou, ou
seja, está dentro de uma das formas criadas pela indústria cultural para ser
considerado normal. E a mídia tem um papel fundamental, pois, armada com a
propaganda e o marketing, impõe diversos contravalores e faz disso uma falsa
oportunidade para ele "ser feliz".
Para ser valorizado, o jovem tem de estar na última moda, ter um
corpo atlético e ser aceito em sua turma. Se ele não tem o tênis da moda, o
corpo cheio de curvas ou é introvertido, é simplesmente deixado de lado,
esquecido. Parece que, para ele se sentir incluído, precisa ter certo poder
aquisitivo para consumir, para que percebam sua existência, como se isso fosse
uma senha de reconhecimento.
Com o poder de influência que a mídia possui não impulsiona os
jovens para os valores que mantêm sua dignidade, porque, se eles tomassem
consciência do quanto são manipulados, o mercado não teria para quem vender seus
produtos. O jovem é mais poroso, mais hedonista, mais “presenteísta”. Para ser
um bom consumidor, precisa estar aberto às influências e ser imediatista. Por
isso, é o alvo perfeito do consumismo. A mídia captura sua vontade para que ele
consuma uma falsa identidade, operando no desejo e, sobretudo, no inconsciente.
A que ponto chegamos? Em uma fase da humanidade em que se diz
existir a liberdade de escolha, a mídia manipula a mente dos jovens para que
estes comprem o produto do anunciante que pagar mais. E vai mais além, tornando
isso uma regra, um código de conduta e inclusão. Censura não é a solução, mas
conscientização é a palavra. Deve-se mostrar ao jovem que ele não precisa de
tudo o que é anunciado e fazê-lo perceber que a inclusão em um grupo não deve
depender de aquisições da moda e, sim, da afinidade de gostos e idéias. Idéias
próprias, não as concepções pré-fabricadas da TV.
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