sábado, 30 de julho de 2016

Leia redações do Enem 2015 que tiraram nota mil

http://g1.globo.com/educacao/noticia/leia-redacoes-do-enem-2015-que-tiraram-nota-maxima.ghtml

Estudante que tirou 1000 duas vezes na redação dá dicas para ir bem no Enem

http://guiadoestudante.abril.com.br/vestibular-enem/estudante-tirou-1000-duas-vezes-redacao-dicas-ir-bem-enem-932702.shtml

A marginalização social e seus problemas habitacionais

"Ensino na "Escola CEM Cérebros": Pouquíssimos têm CEM casas e a maioria vive SEM casa. Os SEM casa pagam aluguel para os que têm CEM casas. Os que possuem CEM casas vivem de juros e têm seu capital mantido e aumentado à custa da exploração do SEM casa. Os pouquíssimos que possuem CEM casas têm nas mãos, além das CEM casas que lhe rendem juros, os meios de produção, os latifúndios, e empregam os SEM casas pagando-lhes salários. Os SEM casa, que trabalham e geram o lucro, recebem salários e os que possuem CEM casas ficam com o lucro proporcionado pelos SEM casa, de modo que os SEM casa, por receberem salários, continuarão a ser SEM casa, enquanto os que possuem CEM casas acumularão ainda mais, podendo comprar mais CEM casas, que vão lhe gerar ainda mais aluguéis e juros.
Ensino na "Escola SEM Cérebros": Quem possui CEM casas trabalhou muito e se esforçou bastante, lutou na vida e conquistou seu patrimônio honestamente. Foi à escola, estudou muito. E trabalhou, e não esperou nada de graça. O possuidor das CEM casas é abençoado por Deus, e as CEM casas são a bênção da Providência por sua vida digna, honesta e honrada. Já os SEM casa são vadios, não se esforçam, não trabalham, vivem pendurados no Estado esperando esmolas. Os SEM casa, se quiserem possuir CEM casas, terão que se esforçar mais, trabalhar, ser obedientes. "Olhem só o exemplo do Sílvio Santos..."
Eu não tenho casa. Por que isso?"
João Paulo da Cunha Gomes 

Notícias:
"Suplicy é detido em protesto contra reintegração e é liberado após 3 horas" 

"Estudantes da Uerj apoiam moradores contra desocupação de favela no Rio"

"Desocupação em favela causa tumulto na zona norte do Rio"

"Ao morar em uma favela, aprendi a enxergar o que a sociedade do asfalto nunca conseguiu me ensinar" - Hilaine Yaccoub - PhD em Antropologia do Consumo pela UFF.  


sábado, 23 de julho de 2016

Zygmunt Bauman - "Sobre os laços humanos, redes sociais, liberdade e segurança"


Zygmunt Bauman - "As redes sociais são uma armadilha"



Em primeiro lugar, tenho uma verdadeira adoração pelo Papa Francisco, homem sóbrio e que sabe que suas palavras têm um grande poder. Quem ler até o final saberá o motivo dessa observação.

Ler um clássico ou um grande pensador não é torturante e "fora de moda" como muitos pensam. Essa prática nos ensina a ter pensamento crítico e argumentar sem ofender nosso interlocutor. A mídia e o governo tentam impedir isso a todo momento de maneira sutil, porque quem questiona o sistema não é fácil de ser manipulado.
Há alguns anos, a leitura tem se tornado muito acessível em relação a séculos passados, quando a classe menos privilegiada e mulheres não tinham acesso a esse conhecimento e havia também o "Índice de livros proibidos" feito pela Inquisição.
Nos dias em que vivemos, temos todo tipo de informação ao nosso alcance, mas, como dizia Marx, "novas formas de domínio surgiram no lugar de outras". Um exemplo disso são as redes sociais que, na maioria dos casos, servem somente como distração e isso, segundo Chomsky, é uma das estratégias de manipulação de massas. Se a pessoa não tem pensamento crítico, ela é mais fácil de ser moldada conforme a classe dominante precisa, ou seja, menos mentes pensantes e mais mão de obra barata para o enriquecimento de poucos.
O que temos visto diariamente nesse mundo virtual é um discurso de ódio raso e sem embasamento teórico algum. As pessoas se odeiam por terem pontos de vista diferentes não apenas no setor político mas em todos e é isso que eles querem, pois "together we stand, divided we fall" (Floyd) - "juntos nós resistimos, separados caímos" e somos fracos perante todo esse domínio.
Por isso, eu sei que a maioria não chegará até esse ponto da leitura, pois tornou-se banal ler mais que duas linhas por muitos e reconheço que também pode não ser um ambiente propício para tal, onde o imediatismo e o superficialismo prevalecem, assim como a maioria das relações por aqui.
Mas é isso que querem nos impedir de fazer, seremos perseguidos por incitar o pensamento crítico em nossos alunos, teremos que formar máquinas para movimentar o sistema capitalista e nada mais. Confesso que não saberei nem aceitarei trabalhar dessa maneira. Tempos obscuros virão e o que me assusta é que há quem defenda esse retrocesso.
Texto Postado no Facebook por Silvana Souza

"O papa Francisco, que é um grande homem, ao ser eleito, deu sua primeira entrevista a Eugenio Scalfari, um jornalista italiano que é um ateu autoproclamado. Foi um sinal: o diálogo real não é falar com gente que pensa igual a você.
As redes sociais não ensinam a dialogar, porque nelas é muito fácil evitar a controvérsia. Muita gente as usa não para unir, não para ampliar seus horizontes, mas ao contrário, para se fechar no que eu chamo de zonas de conforto, onde o único som que escutam é o eco de suas próprias vozes, onde o único que veem são os reflexos de suas próprias caras. As redes são muito úteis, oferecem serviços muito prazerosos, mas são uma armadilha."